A Comunicação das empresas nas redes sociais da Internet

Por Milla Resina de Oliveira*

O Mundo mudou e com ele mudaram as formas de comunicação. As empresas e os publicitários estavam presos ao marketing convencional: ao “outdoor”, jornal impresso, televisão, rádio, entre outros até então imagináveis, todavia, agora, as redes sociais devem fazer parte do planejamento de marketing de qualquer empresa e/ou profissional.

Segundo Frijof Capra, “redes sociais são redes de comunicação que envolve a linguagem simbólica, os limites culturais e as relações de poder”, as mais comuns são: Twitter, Orkut, facebook, Myspace,flickr, Youtube, migre.me e Hi5.

As redes sociais criaram uma nova forma de comunicação entre as empresas e seus clientes e segundo uma reportagem recente do New York Times, “os publicitários norte-americanos estão sentindo uma grande dificuldade na abordagem ao mundo das redes sociais”.

Assim a forma de comunicação deve ser reinventada, a nova era é a da interatividade, a comunicação direta entre clientes e empresas, pois os membros das redes sociais querem conversar e interagir com pessoas e não com marcas.

Os internautas querem novidades, querem vantagens e estar por dentro do que acontece em tempo real.

Algumas empresas entenderam a mensagem da nova era e estão fazendo a grande diferença na Internet, já existem padarias que avisam os clientes que o pãozinho francês acabou de sair do forno. A Dell Computadores criou vantagens para seus seguidores, disponibilizando computadores com valores inferiores aos praticados no mercado.

Saindo um pouco do comércio e indústria, o twitter está presente até mesmo nos meios convencionais de comunicação, os Jornais e Programas de Televisão já respondem no “ar” as perguntas feitas pelos usuários do Twitter.

E assim as empresas estão iniciando um novo aprendizado, pois sentem a necessidade de se comunicar com seus clientes, e isso se dá atualmente marcando presença nas redes sociais que ocorre através de um simples acesso na Internet.

Não é fácil para os profissionais de publicidade e de comunicação acompanhar tamanha evolução e transformação, pois através da Internet vieram muitos “sites” que revolucionaram a forma de comunicação, a pesquisa e a interação, como exemplo entre outros: o Google, os e-mails, a era Orkut, e agora, a era Twitter.

Tanto é verdade que de acordo com um estudo da Harris Interactive, 55% (cinqüenta e cinco por cento) dos profissionais de marketing ouvidos, não conheciam o Twitter ou não sabiam de sua utilidade para as companhias[i], o que demonstra que os publicitários devem ficar atentos e acompanhar a velocidade da globalização.

Com essa informação, o Microblog Twitter lançou um manual de como fazer negócios no Twitter, para as empresas que queiram explorar mais esse tipo de recurso.
O Twitter se resume em publicar duas coisas, textos e links. Os textos devem se limitar a 140 palavras e os links seguem para um site paralelo, o TwittPics.[ii]
Essas palavras enviadas são direcionadas para uma pessoa ou para todos os seguidores, o que torna o Twitter não só uma rede social, mas uma ferramenta de marketing poderosíssima.

O mais interessante de tudo isso é que o twitter funciona como se fosse uma página pessoal onde o internauta recebe as notícias de seu interesse.
O New York Times, por exemplo, publica as notícias, o Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, publica sua agenda.

O Twitter é uma ferramenta muito interessante, as pessoas estão fazendo dele um diário público, fazem declarações de amor, dizem que estão com frio, com sono, que estão indo trabalhar e assim por diante.

Ainda não se sabe ao certo como funciona o Twitter, mas uma coisa é certa, a empresa que entender o seu seguidor e conseguir se comunicar com ele sairá na frente de seus concorrentes, no entanto, aquela que não der atenção a essa nova realidade, está fadada ao insucesso.

Se não bastasse a concorrência que as empresas enfrentam no mundo real, agora a moda é saber quem tem mais seguidores no Twitter.

E como aumentar o número de seguidores no Twitter? Esse é o grande desafio dos publicitários e das empresas como um todo, fazer com que a empresa e seu produto se torne tão interessante, para que o internauta queira receber notícias em sua página e se comunicar com as empresas.

Outra questão importante a ser discutida é quanto ao caráter interativo das redes sociais, a comunicação é direta, e por isso não basta estar no Twitter ou qualquer outra rede social, tem que participar, de forma a atrair a atenção dos internautas e seguidores, sem ser maçante e inconveniente.

Empresas que não respondem aos questionamentos e não participam de forma a atender as expectativas de seus seguidores e clientes adquirem uma imagem negativa na Rede, sendo que, hoje já existem sites com ranking das empresas que satisfazem seus consumidores, como por exemplo: o Reclame Aqui.

Com isso, as empresas precisam de profissionais aptos para cuidar e zelar de sua imagem nas redes sociais.

Para os publicitários atentos, está surgindo novas oportunidades de emprego e trabalho, pois as empresas estão criando departamento de comunicação para ficar de “olho” no que estão falando dela na Internet ou para responder imediatamente aos clientes.

Há empresa contratando assessoria para responder a todos os questionamentos, para pesquisar o que se fala dela na Rede, para saber como estão indo os concorrentes, para saber o que pensa o seu cliente e manter uma ligação direta com o consumidor.

Estão surgindo empresas que dão cursos para ensinar como agir na Internet, como não ter reclamações, como responder as reclamações dos consumidores e como fazer parte das redes sociais.

O novo mercado está aí, aberto para todos, que devem aprender a atingir o público alvo com apenas 140 palavras, as quais devem ser certeiras e atingir as expectativas do cliente e seguidores, fazendo do Twitter uma peça publicitária ágil, eficaz e de baixo custo, inaugurando uma nova era de comunicação social.

[i] www.tv1.com.br/index.php/2009/07/twitter-cria-guia-para-as-marcas/
[ii] Info Exame, maio 2009, pg. 24

*A autora é Advogada Associada do escritório Resina & Marcon Advogados Associados, Cursa MBA em Controladoria e Gestão Estratégica de Negócios na PUC/SP, Pós-graduada em Direito Tributário pela Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes de São Paulo – SP.

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