Salário não é mesada!

No post anterior escrevi sobre pró-labore e divisão de lucros. Dando continuidade ao tema que parece ser tabu em muitas famílias, dinheiro, optei escrever sobre salário dos filhos dos donos de empresas.

Na sexta feira farei um evento na PUC-Rio sobre alguns dos dilemas enfrentados pelos herdeiros das empresas familiares e a remuneração é certamente um deles.

Independente de ter ou não a qualificação necessária para trabalhar na empresa da família muitos dos herdeiros tendem a entrar na empresa do pai (ou da mãe). As razões são as mais variadas … o mercado de trabalho está super concorrido, o que o mercado paga não é um salário digno para manter o padrão de vida, meus pais estão precisando de ajuda e já que investiram tanto na minha educação que devo isso a eles.

As motivações para entrada da geração mais nova na empresa podem ser várias, entretanto, uma coisa deve ficar clara desde o início – salário não é mesada! O pai pode combinar o valor que quiser (e puder) para a mesada do seu filho, mas o salário dele deve estar de acordo com o salário de mercado ou com o salário pago pela empresa, pois uma discrepância entre contribuição e remuneração pode causar um grande desconforto entre os outros funcionários da empresa, que não tiveram a sorte de fazer parte da família.

Os funcionários que não são membro da família, mas trabalham na empresa de uma família podem se sentir ameaçados e muito desprestigiados e desvalorizados pelo excesso de benefícios que os familiares recebem. Como vivemos em uma época em que os bons funcionários são responsáveis pela competitividade das empresas, devemos ter muito cuidado com aqueles que estão trabalhando e vestindo a camisa da nossa empresa.