minha família tem uma empresa e, estou sendo preparado para ser o sucessor

Ainda sobre o evento de 6a feira passada – Minha família tem uma empresa – trouxe alguns trechos do depoimento de um dos convidados.

Bruno é aluno do curso de Comunicação Social e, durante muito tempo ouviu que iria trabalhar na empresa da família; em suas palavras, ele havia sido predestinado!

Depois de um tempo sem que esse assunto voltasse a tona, ele escolheu fazer o vestibular para publicidade, passou, e antes mesmo do início das aulas ele começou a trabalhar na empresa da sua família. Não era o caminho que ele desejava e desde esse dia até o momento atual muita coisa aconteceu.

Hoje ele está se formando no curso que escolheu (Comunicação Scial – Publicidade) e está feliz em trabalhar na empresa fundada por seu pai.

Durante seu depoimento ele deu algumas dicas aos herdeiros …

– muito provavelmente o caminho na empresa da família vai ser diferente daquele traçado pelos amigos que estão estagiando nas mais variadas empresas. Não é melhor nem pior, é diferente.

– talvez seja bom contar com a ajuda de uma terapia individual ou de um processo de coaching pois, além de precisar formar o eu profissional, essa formação acontece em um ambiente familiar (com pessoas da sua família) e com regras de funcionamento diferentes daquelas que são válidas em casa. Talvez seja importante ter uma experiência profissional anterior à entrada na empresa da família.

– tente conhecer muito do setor do seu negócio, converse com pessoas da área e, se possível converse com pessoas envolvidas com empresas familiares

Como o Bruno gostaria de ter lido histórias de herdeiros, sugeri a ele que escrevesse a sua história e a publicasse em sites (pode ser aqui no portaltudoemfamilia) ou em uma revista.

Se alguem quiser enviar um depoimento, toda forma de colaboração é muito bem vinda!

Cometários do evento “Minha família tem uma empresa”

Na ultima sexta feira (19/06) aconteceu o evento “Minha Família tem uma empresa” na PUC e foi um sucesso!

Fiz uma breve apresentação sobre alguns dos dilemas enfrentados pelos herdeiros – foquei, principalmente, na escolha da carreira e no momento da entrada na empresa da família.

Na sequencia Renata B. Coutinho, apresentou a percepção dos herdeiros sobre as empresas familiares. Sua palestra, que era uma parte da dissertação de Mestrado defendida em 2008, foi dedicada ao professor / orientador José Roberto Gomes, uma das vítimas do voo da Air France 447.

Depois foi a vez dos herdeiros Bruno e Carolina. Bruno falou sobre a pressão que sentiu para entrar na empresa da sua família e do caminho que está percorrendo – não é melhor nem pior mas sem dúvida é diferente do caminho que seus colegas de faculdade estão seguindo.

Carolina falou do orgulho de ter sido convidada a fazer parte da empresa da família, do acolhimento, da satisfação em trabalhar com a família e da possibilidade de escolher sair da empresa e trilhar um outro caminho.

quando o evento terminou o público se manifestou com diversas sugestões: como a criação de um grupo de herdeiros, a criação de um espaço de troca de informações, aprendizado, networking, encontros temáticos, realização de eventos regulares.

uma coisa é certa, ainda não sei qual será a próxima ação mas já estou planejando um curso, um workshop e dois eventos para o 2o semestre de 2009.

Minha família tem uma empresa

Estou organizando um evento sobre alguns dos desafios dos herdeiros de empresas familiares.

O evento que acontecerá no dia 19 de junho, 6a feira, contará com uma discussão teórica sobre a escolha da carreira dos herdeiros e com o depoimento de dois herdeiros.

quem tiver interesse em participar, a inscrição é gratuita mas sugerimos que seja feita a reserva da vaga através do email cemp-ef@puc-rio.br já que o espaço é limitado.

“Minha família tem uma empresa: alguns dos desafios enfrentados pelos herdeiros de empresas familiares”
19 de junho de 2009 das 9 as 12hs
local: Auditório Padre Anchieta, térreo do prédio Cardeal Leme
inscrições gratuitas através do email: cemp-ef@puc-rio.br

Salário não é mesada!

No post anterior escrevi sobre pró-labore e divisão de lucros. Dando continuidade ao tema que parece ser tabu em muitas famílias, dinheiro, optei escrever sobre salário dos filhos dos donos de empresas.

Na sexta feira farei um evento na PUC-Rio sobre alguns dos dilemas enfrentados pelos herdeiros das empresas familiares e a remuneração é certamente um deles.

Independente de ter ou não a qualificação necessária para trabalhar na empresa da família muitos dos herdeiros tendem a entrar na empresa do pai (ou da mãe). As razões são as mais variadas … o mercado de trabalho está super concorrido, o que o mercado paga não é um salário digno para manter o padrão de vida, meus pais estão precisando de ajuda e já que investiram tanto na minha educação que devo isso a eles.

As motivações para entrada da geração mais nova na empresa podem ser várias, entretanto, uma coisa deve ficar clara desde o início – salário não é mesada! O pai pode combinar o valor que quiser (e puder) para a mesada do seu filho, mas o salário dele deve estar de acordo com o salário de mercado ou com o salário pago pela empresa, pois uma discrepância entre contribuição e remuneração pode causar um grande desconforto entre os outros funcionários da empresa, que não tiveram a sorte de fazer parte da família.

Os funcionários que não são membro da família, mas trabalham na empresa de uma família podem se sentir ameaçados e muito desprestigiados e desvalorizados pelo excesso de benefícios que os familiares recebem. Como vivemos em uma época em que os bons funcionários são responsáveis pela competitividade das empresas, devemos ter muito cuidado com aqueles que estão trabalhando e vestindo a camisa da nossa empresa.

Pro-labore não é divisão de lucros

Pró-labore é a retribuição recebida pelo sócio de uma empresa pelo trabalho por ele prestado. O valor do pró-labore deve ser definido de acordo com o salário médio pago pelo mercado aos profissionais que desempenham a mesma função e, de acordo com a capacidade financeira da empresa.

Alguns empresários trabalham, trabalham e não sabem qual é o seu pró-labore; alguns chegam a dizer que só contribuem com a empresa mas não são devidamente compensados. Talvez isso aconteça, mas sugiro que essas pessoas pensem bem e comecem a anotar todas as despesas pessoais que são pagas pela empresa – as contas de casa, a escola das crianças, o carro da família, a gasolina para a viagem de férias pelo litoral entre outras coisas.

Tenho visto empresas que davam conta dos gastos de uma família, depois, os filhos entraram na empresa e agora a empresa precisa dar conta de 3 famílias – a família do fundador e a família que cada um dos filhos que foi trabalhar na empresa. Provavelmente as contas não batem e, com essa prática, as famílias estão, pouco a pouco, descapitalizando as empresas que podem sofrer com uma possível falta de capital de giro.

Empresa Familiar de sucesso

Com bastante frequência me perguntam “o que é uma empresa familiar de sucesso?” mas essa é uma questão super difícil de ser respondida por várias razões.

1o) o que é sucesso? Geralmente é o outro que determina se eu sou bem sucedido ou não e é algo, sempre, relativizado.
Atualmente parece ser bem sucedido quem tem … ter parece ser mais importante do que ser. “Sou em função do que tenho e quando deixo de ter, deixo de ser”. Posso dizer que esse é um tema longo, polêmico mas que tem causado muita confusão na vida de algumas pessoas.

2o) qual seria o critério mais apropriado para definir uma empresa familiar de sucesso?
as estatísticas mostram que são poucas as empresas que conseguem passar para a 3a geração e dessas, um número ainda bem menor, traz resultados financeiros satisfatórios para seus donos/acionistas. Longevidade, taxa de crescimento e retorno financeiro não podem ser os úncos critérios, pois, nessa caso, onde está a família?

3o) Cada família tem o seu conjunto de valores e, em cada família sucesso pode ter um significado.
Algumas famílias privilegiam sobretudo a convivência familiar (mesmo que isso ameace o desempenho da empresa) outras, pelo contrário, privilegiam a empresa. Contudo, existe uma tendência entre os estudiosos em considerar a empresa familiar aquela em que existe uma valorização do capital financeiro e do capital emocional incluido na lista de critérios de sucesso além do tempo, taxa de crescimento, lucro , valorização das ações, a união e o bem estar familiar, o legado positivo de valores familiares, o prestígio (boa reputação) da família, etc.

Sendo assim, não podemos dizer o que é uma empresa familiar de sucesso mas posso garantir que o primeiro passo para saber se a sua empresa familiar é bem sucedida, é conversar com os membros da sua familia e chegar a uma definição de sucesso e de quais são os critérios que servirão para a avaliação do sucesso do negócio de vocês.

Três sistemas importantes – família, gestão e propriedade

No final de maio aconteceu em São Paulo o Fórum Mundial em Gestão de Empresas Familiares realizado pela HSM do Brasil com a participação de palestrantes internacionais como John Davis – o maior especialista mundial em empresas familiares (pelo menos é o mais conhecido).

Sempre que o assunto em questão são as empresas familiares os temas que predominam são: sucessão e profissionalização, escolha e treinamento/ preparação do sucessor, criação de conselhos de administração, conselhos de família etc.

De fato, para as empresas que já passaram da primeira para a segunda geração essas são as prioridades para que a empresa possa alcançar a longevidade. Entretanto, para as empresas familiares que ainda estão passando da 1ª para a 2ª geração ainda existe muito trabalho para ser feito antes dessas questões se tornarem as mais importantes.

Em muitos casos é preciso criar, definir, desenhar os processos, documentar o que já acontece regularmente, mas que está na cabeça de algumas pessoas de confiança. Aliás, confiança parece ser a palavra de ordem, “ Eu confio naquela pessoa, sei que ela não vai me roubar mas não sei se eu confio no trabalho que ela pode fazer, talvez ela não vai fazer um trabalho tão bom quanto eu faria mas pelo menos não vai me passar para trás!”

Certamente as empresas que já passaram por um ou dois processos de sucessão vivem momentos diferentes e apresentam especificidades diferentes das empresas que ainda estão lidando com essa passagem pela 1ª vez; contudo, independente da idade, do estágio de profissionalização e dos desafios e especificidades enfrentados por cada uma das empresas familiares, não é possível analisa-las sem levar em consideração a superposição e interdependência de três sistemas – família, gestão e propriedade.

Qual sistema é o mais importante? Os três são muito importantes e não considerá-los pode significar colocar todo o trabalho realizado a perder.

Algumas conclusões desse 1o mes divulgando o site

Faz tempo que trabalho com esse tema das empresas familiares e desde o lançamento do site tenho conhecido e conversado com muitas pessoas sobre esse assunto. Dessas conversas tirei algumas conclusões:
– todo mundo tem uma história (de empresa familiar) para contar;
– para muita gente, empresa familiar ainda é sinônimo de empresa informal;
– sucessão empresarial nas empresas familiares é o tema que parece despertar o maior interesse das pessoas em geral, pelo menos, de quem já leu ou estudou o tema;
– muitos consultores que trabalham com empresas familiares estão focados, principalmente, na questão da gestão da empresa.

De fato, quando iniciei o trabalho e tive a idéia de colocar o site no ar eu imaginava o cenário exatamente dessa forma, e agora posso dizer que constatei o que fazia parte da minha imaginação.

Como grande parte da empresas são familiares, todo mundo tem uma história para contar – quem não tem uma empresa na família pode trabalhar na empresa de outra família ou conhece alguém que tem ou trabalha em uma empresa familiar.

Muitas das empresas familiares estão na 1ª geração (as estatísticas demonstram que apenas 30% passam para a 2ª geração) e, as empresas mais novas tendem a ser mais informais. Conforme as empresas crescem, elas precisam se profissionalizar e, em muitos casos, contratam consultores que podem ajudá-las nesse processo e o foco de trabalho é mesmo a gestão da empresa. Entretanto, é praticamente impossível separar empresa e família, até porque, como a gente observa na prática, a família influencia na empresa e a empresa também influencia na família.

Os donos das empresas familiares buscam ajuda externa (de um consultor) quando querem melhorar seus processos, a gestão da empresa, ou quando precisam passar pelo processo de sucessão e, é por isso que o assunto mais estudado e mais comentado é a sucessão empresarial nas empresas familiares.

Sobre o dia a dia da empresa, sobre os conflitos existentes entre as gerações, sobre os conhecimentos diferentes, mas complementares das gerações, sobre a motivação ou a necessidade de entrada da geração mais nova na empresa da família encontramos poucos estudos. Talvez por serem assuntos de famílias, existe uma tendência de preservá-los em ambiente privado.

Quais são as principais questões enfrentadas por quem trabalha em empresas familiares? Certamente as questões do dono são diferentes das questões dos funcionários ….

Aguardo os comentários

Minha família tem uma empresa mas não sei se quero trabalhar lá

 

Apesar da ausência de comentários no blog tenho recebido muitos emails – algumas pessoas elogiam a iniciativa (do site), outros cobram matérias e casos de empresas familiares brasileiras, alguns alunos de graduação pedem referências teóricas sobre empresas familiares.

 

Adoro receber essas mensagens! Isso significa que não estou falando sozinha, quer dizer, tem gente lendo o que escrevo e, aos poucos, estamos instalando um canal de comunicação.

 

Na sexta feira passada uma aluna de graduação (que eu não conhecia) disse ter se identificado muito com o conteúdo do site. Ela vive um dos dilemas enfrentados por muitos dos herdeiros – o pai tem uma empresa e ela não sabe o que quer fazer no futuro.

 

Outro dilema tão importante quanto esse é o do herdeiro que sabe que não quer trabalhar na empresa da família mas não sabe como abordar esse assunto em casa. 

 

Foi pensando nos  herdeiros que encotro pela universidade, com  seus mais variados questionamentos, que planejei um evento que acontecerá o dia 19 de junho na PUC-Rio, direcionado, sobretudo, para os alunos da universidade mas que será aberto aos interessados pelo tema

 

Evento – Minha família tem uma empresa, alguns dos dilemas enfrentados pelos herdeiros

Data 19 de junho de 2009 – 6ª feira

Horário das 9 ao meio dia

O evento é gratuito mas como temos uma limitação do espaço, sugiro que os interessados enviem um email para cemp-ef@puc-rio.br , reservando uma vaga.

 

Alunos de MBA preferem trabalhar em empresas familiares

Uma pesquisa realizada com aluno de MBA da IESE Business School, uma das melhores escolas de administração e que está localizada na Espanha, revelou que eles preferem trabalhar em empresas familiares.

Para estes estudantes, as empresas familiares apresentam uma série de vantagens e desvantagens e, apesar da tendência das empresas familiares pagarem salários e bonus inferiores que as empresas não familiares, os benefícios financeiros compensam essa diferença.

Os alunos ressaltaram que o sentimento de pertencimento, de identidade com o negócio, e  o clima de confiança facilitam a comunicação nas empresas familiares. Além disso, pelo fato dos gestores estarem mais preocupados com resultados de longo prazo as empresas tendem a ser mais estáveis do que as empresas não familiares.

Para quem tiver interesse no assunto a notícia pode ser encontrada no site www.administradores.com.br